sábado, 23 de junho de 2012

Compras Públicas Sustentáveis

Muitas foram as críticas feitas à Conferência Rio+20 por não conseguir efetivar mudanças substanciais no atual modelo econômico e político. É importante, entretanto, olhar para os pequenos avanços conseguidos nessa cúpula. Apesar de andar a passos lentos, podemos constatar que uma verdadeira mudança de paradigma está ocorrendo. A questão da sustentabilidade ganha cada vez mais importância e amplitude. Passa a ser entendida não apenas como preservação de florestas e baleias, mas sim como algo que permeia (e que deve guiar) todos os aspectos de nossa sociedade: economia, geração de empregos, erradicação da pobreza, produção, consumo, tecnologia, etc. Alcançamos um consenso mundial de que não há sustentabilidade sem inclusão social, sem erradicação da fome, da pobreza e do preconceito.
Uma iniciativa muito interessante foi anunciada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a conferência e recebeu apoio de diversos países, inclusive o Brasil. Trata-se da Iniciativa Internacional de Compras Públicas Sustentáveis, Essa iniciativa busca aumentar o número dos gastos públicos que utilizam critérios ambientais na escolha dos bens ou serviços. Segundo a Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente, as compras públicas no Brasil são responsáveis por 16% do PIB. Essa iniciativa (se realmente usar critérios que valorizem pequenos produtores e não grandes corporações) pode abrir um grande mercado para produtos e serviços ambientalmente corretos e socialmente justos. 
Toda iniciativa que busca minimizar o impacto ambiental é bem-vinda. Entretanto, o que não devemos perder de vista é que a simples troca de produtos não é suficiente. Muitas pessoas acreditam que o consumo responsável é simplesmente escolher marcas de empresas que não agridam ao meio ambiente. Por mais importante que isso seja, é essencial também repensar a própria necessidade da compra: Será que realmente preciso desse produto? Será que a felicidade que ele vai me trazer compensará a energia (natural e humana) consumida em sua fabricação? Novas fontes de felicidade e bem-estar devem ser encontradas que não a aquisição de bens materiais. O atual padrão de consumo e descarte das classes privilegiadas da nossa sociedade é insustentável. Dessa forma, neste final de semana, ao invés de ir ao shopping comprar roupas novas, um celular mais avançado ou uma televisão maior, porque não fazer uma caminhada no parque ou visitar aquele amigo que não vemos há muito tempo? Talvez nos traga muito mais bem-estar. Para nós, e para todo o planeta.

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