Muitas foram as críticas feitas à Conferência Rio+20 por não
conseguir efetivar mudanças substanciais no atual modelo econômico e político. É
importante, entretanto, olhar para os pequenos avanços conseguidos nessa cúpula.
Apesar de andar a passos lentos, podemos constatar que uma verdadeira mudança
de paradigma está ocorrendo. A questão da sustentabilidade ganha cada vez mais
importância e amplitude. Passa a ser entendida não apenas como preservação de
florestas e baleias, mas sim como algo que permeia (e que deve guiar) todos os
aspectos de nossa sociedade: economia, geração de empregos, erradicação da
pobreza, produção, consumo, tecnologia, etc. Alcançamos um consenso mundial de
que não há sustentabilidade sem inclusão social, sem erradicação da fome, da
pobreza e do preconceito.
Uma iniciativa muito interessante foi anunciada pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a conferência e
recebeu apoio de diversos países, inclusive o Brasil. Trata-se da Iniciativa
Internacional de Compras Públicas Sustentáveis, Essa iniciativa busca aumentar
o número dos gastos públicos que utilizam critérios ambientais na escolha dos
bens ou serviços. Segundo a Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente, as
compras públicas no Brasil são responsáveis por 16% do PIB. Essa iniciativa (se
realmente usar critérios que valorizem pequenos produtores e não grandes
corporações) pode abrir um grande mercado para produtos e serviços ambientalmente corretos e
socialmente justos.
Toda iniciativa que busca minimizar o impacto ambiental é
bem-vinda. Entretanto, o que não devemos perder de vista é que a simples troca
de produtos não é suficiente. Muitas pessoas acreditam que o consumo
responsável é simplesmente escolher marcas de empresas que não agridam ao meio
ambiente. Por mais importante que isso seja, é essencial também repensar a
própria necessidade da compra: Será que
realmente preciso desse produto? Será
que a felicidade que ele vai me trazer compensará a energia (natural e humana) consumida
em sua fabricação? Novas fontes de felicidade e bem-estar devem ser
encontradas que não a aquisição de bens materiais. O atual padrão de consumo e
descarte das classes privilegiadas da nossa sociedade é insustentável. Dessa
forma, neste final de semana, ao invés de ir ao shopping comprar roupas novas,
um celular mais avançado ou uma televisão maior, porque não fazer uma caminhada
no parque ou visitar aquele amigo que não vemos há muito tempo? Talvez nos
traga muito mais bem-estar. Para nós, e para todo o planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário