Uma pesquisa do Datafolha realizada em maio na cidade de São Paulo divulgou que 62% dos consumidores paulistanos não gostaram da suspensão da distribuição de sacolinhas plásticas nos supermercados. A razão? Segundo grande parte dos entrevistados, “ficou mais difícil levar os produtos”. Diante da crise ambiental que enfrentamos, na qual a redução do consumo de plástico é medida mínima para garantir um futuro habitável no planeta, os paulistanos querem a volta das sacolinhas por uma questão de praticidade. Isso mostra a grande dificuldade que temos em sairmos da nossa zona de conforto, em realizarmos mudanças mínimas no nosso cotidiano. No entanto, criar novos hábitos não é bom somente para o planeta. Neurologistas já demonstraram que realizar atividades não rotineiras é um ótimo estímulo para a formação de novas conexões nervosas, incrementando nossa memória, atenção e saúde mental. Pequenas mudanças cotidianas podem nos ajudar a levar vidas mais saudáveis e criativas. O pensamento conformista sempre diz: “Todo mundo faz assim! De que adianta eu mudar?” Nossa tendência é sempre agir como a maioria e não é nada fácil assumirmos mudanças sozinhos. No entanto, quando começamos a praticar ações diferenciadas, isso não só traz uma enorme gratificação moral, como também passamos a notar que muitos outros as estão praticando. Começamos a nos perceber como parte de um processo de transformação.
Não é preciso mudanças radicais. Como já disse Ecléa Bosi: “A verdadeira mudança política dá-se a perceber no interior, no concreto, no miúdo; os abalos exteriores não modificam o essencial”.
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